As Freguesias
O Concelho de Tábua proporciona um leque variado de locais a visitar, numa junção singular de descoberta do património histórico e edificado, de locais recônditos onde enaltece a paisagem tranquila sobre as serras que nos rodeiam ou mesmo partir à aventura e do penhasco abrupto descer junto ao leito dos rios.
Toda esta descoberta pode ser feita nas nossas freguesias, proporcionando diferentes atracões e experiências, numa região plena de contrastes.
Atualmente, e devido à reorganização administrativa do território das freguesias (Lei n.º 11-A/2013 de 28 de Janeiro), o concelho de Tábua passou a compreender 11 freguesias: União de Freguesias de Ázere e Covelo, Candosa, Carapinha, União de Freguesias de Covas e Vila Nova de Oliveirinha, União de Freguesias de Espariz e Sinde, Midões, Mouronho, União de Freguesias de Pinheiro de Côja e Meda de Mouros, Póvoa de Midões, São João da Boa Vista e Tábua.
Ázere e Covelo
Ázere: Pertenceu ao conde Fernando Peres, que a escambou no ano de 1123, obtida autorização da rainha D. Teresa, com o Bispo de Coimbra, D. Gonçalo. Foi antiga vila e cabeça de concelho. O priorado era da apresentação do ordinário e pertencia à Comarca de Midões.
Tem foral antigo, renovado por D. Manuel I, em 10-02-1514. Tendo por orago S. Mamede, a Igreja Paroquial de Ázere foi alvo de intervenções várias ao longo do tempo, a primeira das quais no início do século XVII, reabrindo ao culto em 1614. Recebeu nova intervenção no século XIX e uma outra posteriormente. Tem uma população residente de 799 indivíduos.
Covelo: Covelo foi desanexada da de Ázere cerca de 1666, passando a pertencer, ao também já extinto concelho de Farinha Podre, até 1853, ficando a ser conhecida durante muito tempo com o nome de Covelos, no plural, dado a povoação se subdividir em Covelo de Cima e Covelo de Baixo. A Igreja paroquial do Covelo, dedicada a Nossa Senhora da Apresentação, terá sido construída em meados do século XVIII. A articulação do imóvel opera-se através de três corpos, além da torre sineira: a nave, a capela-mor, mais estreita que esta, e a sacristia, anexada na fachada lateral esquerda. Tem população residente de 308 indivíduos.
Candosa
As Inquirições de 1258 referem-se a Candosa como terra de Seia. Pertenceu ao Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, por doação régia – séc. XI para XII.
Foi pequeno concelho medieval, do senhorio dos Bispos de Coimbra.
Teve foral manuelino a 12 de Setembro de 1514. Posteriormente foi incluída no concelho de Midões até 31-12-1853, data na qual, através de Decreto, foi extinto o concelho de Midões, sendo as freguesias que o compunham (Candosa, Covas, Midões, Póvoa de Midões e Vila Nova de Oliveirinha) integradas no então criado concelho de Tábua.
O seu orago é S. Facundo.
Destacou-se como centro de olarias pretas.
Carapinha
Pertenceu ao senhorio dos Cunhas de Pombeiro e fez parte da freguesia de S. Martinho da Cortiça, ou, como se dizia, de S. Martinho da Sanguinheda.
No foral de Seia, de 1136, era indicada como lugar de julgamento entre os homens de Coimbra e os de Seia. Em 1838, é vila do concelho de Seia, certamente no aspecto judicial, em 1852, pertence à comarca de Midões; em 1878, ao Julgado de Mouronho . Tem por orago Bom Jesus.
Covas e Vila Nova de Oliveirinha
Covas: A paróquia foi elevada a Foro de Jogada, mas ascendeu depois à cavalaria passando a defender-se por Cavalos de Jogada. Dizem as Inquirições que em 1258 Covas estava quase erma, pois os mordomos de Seia, perseguindo os covenses por denúncias e acusações os obrigavam a ir demasiadas vezes a Seia prestar declarações.
Pertenceu à casa do Infantado que apresentava o Pároco. Pertenceu ao concelho de Midões até 31-12-1853 e tem foral manuelino de 15-03-1514, em união com Lagos da Beira.
A Igreja Paroquial tem como orago N.ª Senhora da Conceição. O portal principal e os laterais ostentam um arco quebrado e arestas chanfradas, presumindo-se manuelinos. As esculturas que adornam os altares são dos sécs. XV a XVIII.
Ao lado da capela-mor encontram-se sepulturas antropomórficas.
Vila Nova de Oliveirinha: Figura nas Inquirições de D. Afonso III, de 1258 e tem foral manuelino de 15-05-1514. Foi vila e sede de concelho até 1836 , passando então ao de Midões, até 1853 e posteriormente ao de Tábua. Tem-se dito que o seu nome era o de Oliveirinha do Prado, passando para a designação actual em 18-01-1906. Segundo o ilustre cronista da Comarca de Arganil, Augusto Cid, tal facto deve-se a um pequeno equívoco de Pinho Leal:” Se tivesse, porém, lido o próprio foral que logo se encima pela forma seguinte: Forall dado ao cõcelho da oliveirinha do pdo de Santa cruz teria verificado sem sombra de dúvida que o que se quis dizer era que Oliveirinha pertencia ao priorado de Santa Cruz.” Chamava-se pois Ulveiria, e que com a sua raiz ulva, só poderia significar, como refere Augusto Cid, o então terreno aguado e fértil, que sempre caracterizou a região, onde crescia a ulva.
Foi priorado de apresentação da Sé de Coimbra. A Igreja Paroquial tem como orago S. Miguel.
Tem população residente de 338 indivíduos.
Espariz e Sinde
Espariz: Nas Inquirições de D. Afonso III diz-se que esta povoação pertencia ao couto de Coja, ao senhorio dos Bispos de Coimbra, de quem era a apresentação dos Párocos.
Após extinção do concelho de Côja, a 31 de Dezembro de 1853, passou para o concelho de Arganil e, em 24 de 1885 passou definitivamente para o concelho de Tábua.
O orago é N.ª Senhora da Apresentação.
Tem população residente de 759 indivíduos.
Sinde: Os párocos eram da apresentação dos condes de Óbidos, que tinham o senhorio da vila. Teve foral manuelino, a 10 de Fevereiro de 1514. Foi vila e sede de concelho – extinto em 1836. Era priorado de apresentação dos condes de Óbidos, meirinhos – mor do reino e donatários da vila.
O orago é N.ª Sr.ª da Conceição.
Sinde é propriamente uma pequena região, composta de bairros ou casais independentes, encontrando-se a Igreja no Casal da Torre.
Tem população residente de 465 indivíduos.
A toponímia desta freguesia acusa bastante antiguidade, abonando um povoamento anterior ao séc. XII. O topónimo principal, Sinde (no séc. XIII, Sindi, em que, pois, se verificava a metafonia de Sendi), é o genitivo do nº pessoal de origem germânica alatinado Sindu (s) (do monotemático Sinda), inculcando a existência de uma Sindi «villa», de um indivíduo com esse nome.
Midões
Na primeira reconquista, no ano de 969, Munia deu ao Mosteiro do Lorvão, Midões todo e Touriz. No séc. XII, o senhorio da terra dividia-se pela Sé de Coimbra e pelo Mosteiro do Lorvão, que possuía a melhor parte. Os territórios do mosteiro foram coutados por D. Afonso Henriques a 20 Março de 1133 e os da Sé a 13 de Novembro de 1169. O couto da parte de Lorvão ficava entre o rio Mondego, o de Cavalos (…) e uma linha que cortava o rio Cavalos para o de Seia, passando, sensivelmente, pelo Esporão. (…) Em Julho de 1257 a abadessa de Lorvão, D. Marinha Gomes, deu foral à sua parte de Midões. Teve foral novo a 12 de Setembro de 1514. Midões foi sede de concelho da época Constitucional até 1853. O título de Visconde de Midões foi dado por D. Maria II, em 1837, a Roque Ribeiro de Abranches Castelo Branco.
O seu orago é N.ª Sr.ª das Neves.
Mouronho
Foi priorado de apresentação da Mitra, no termo da vila de Coja, fazendo parte do concelho de Coja até 31-12-1853, data em que foi extinto, passando a pertencer ao de Arganil e, desde 24-10-1855, ao de Tábua.
Tem foral de D. Manuel, de 12-09-1514.
O orago é S. Julião.
“ A freguesia de Mouronho possuía, em 1758, duzentos e sessenta fogos. Relativamente à população, sabemos que habitavam em Mouronho novecentas e vinte e sete «pessoas de sacramento», salvaguardando que destas, oitenta e cinco, dos dois géneros, apenas tinham o sacramento da confissão. (…) No respeitante a lugares, esta freguesia possui onze, assim declarou o pároco: Mouronho, São Fagundo, Pereira, Pereirinha, Venda do Vale, Venda da Serra, Malhada Velha, Castanheira, Alvoeira, Pousadouros e Fontão.”
Pinheiro de Coja e Meda de Mouros
Pinheiro de Coja: Faz parte do couto episcopal e da freguesia de Coja, foi dela separada, ficando o cura a ser apresentado pelo pároco daquela.
O orago é S. Tiago.
Pinheiro de Coja fica situado na margem direita do rio Alva, na periferia do Concelho. A freguesia integra a povoação de Bogalhas e o lugar da Venda do Porco. Da história da aldeia pouco se sabe, mas a fazer fé em alguns escritos, a sua origem, embora modesta, acompanha o nascer da nacionalidade.
Meda de Mouros: Pertenceu ao senhorio dos Bispos de Coimbra, tendo sido desmembrada de Coja pelo fim do séc. XVI. O cura ficou a ser apresentado pelo vigário daquela vila. No séc. XIX mudou duas vezes de concelho: de Coja até 1853, e de Arganil, em seguida; em 1855 ao de Tábua.
O seu orago é S. Sebastião.
Meda de Mouros assenta num planalto na margem direita do rio Alva e apresenta-se com notável sobriedade, sobretudo no que se refere à sua paisagem circundante. Pelo topónimo se conclui que na sua origem terá estado um povoamento árabe, que segundo rezam as lendas, explorava ouro no rio Alva.
Póvoa de Midões
Documentos arqueológicos atestam a ocupação romana da sua área, estando o território da freguesia dentro dos limites da colónia romana de Bobadela.
Aproveitou o foral dado a Midões, por D. Manuel I, a 12 de Setembro de 1514, e foi curato da apresentação do vigário de Midões.
A Igreja paroquial tem como orago Nossa Senhora da Graça e exibe numa das portas a data de 1740, «o que sugere que neste ano específico, o imóvel tenha recebido uma intervenção significativa.» , deixando antever uma data de edificação anterior.
São João da Boa Vista
O seu nome antigo era de Oliveira de Fazemão (até 07-12-1927), que foi substituído pelo actual, S. João da Boa Vista, utilizando o nome do padroeiro.
Foi curato de apresentação dos condes de Cunha, no termo da vila de Tábua.
S. João da Boa Vista não tem muitos monumentos que possam ser visitados nem uma tradição histórica particularmente relevante.
Todavia, abundam o verde da paisagem agrícola, dos seus terrenos férteis e dos seus pomares, das pequenas encostas espraiadas essencialmente de pinheiros, de alguns carvalhos e sobreiros, o que constitui, efectivamente, um enorme património a preservar.
Tábua
Tábua foi, no séc. XII, honra e julgado dos Cunhas por dádiva da Infanta D. Teresa, estendendo-se o poderio desta família por vários séculos. Tábua teve foral a 27 de Abril de 1514, tendo passado a ser sede de concelho a partir de 1853, altura em que se extinguiu o concelho de Midões, essencialmente devido à reforma e reordenação administrativa que então se impôs.
O orago é St.ª Maria Maior.
Atualmente, para além de ser a sede do município, Tábua é também um importante pólo dinamizador de toda a região a nível económico, social, cultural e desportivo, promovendo e desenvolvendo estratégias no sentido de colocar o município na rota do desenvolvimento global.
Por outro lado, possui também importantes atrativos a nível turístico, sendo exemplo a da Pedra da Sé, os vinhos da região demarcada do Dão, o queijo Serra da Estrela, bem como um vasto património arquitetónico e natural.